sexta-feira, 22 de outubro de 2010

lu(i)s

24 anos que te conheço.
3 domicílios, 7 residências.
10 anos, 8 anos, 6 anos e o resto da vida pela frente.
Não lembro de te ver chorar.
Lembro de seu rosto amassado em plena madrugada dizendo coisas que eu não sei se senti.
Seus sapatos sempre engraxados, grandes, e agora apertados.
Sempre me vê sério, piadas? Sem graça.

E as perguntas? Nunca foram problemas.
Mas as respostas... Como? como? COMO?
Como você sempre as têm?
Como, contrariado, tudo que você coloca em meu prato!
COMO foi ruim te ver assim...

É certo que mineiros gostam de pão, mas será que chilenos gostam de queijo?
Pois é, nunca gostei... dela.
Mais parecia um tutor que um amante. Ou não, Magritte que o diga.
De olhos vendados os dados foram jogados
Do penhasco, um par.. de ímpares.

Pelo telefone sua voz anunciava o escrito em seu rosto.
Acho que ficastes chateado com aquele drive quebrado, ou até por aquele prato na lata do lixo.
Mas nunca tinha te visto assim, impaciente como alguém de coração quebrado.
Com sorriso falso de quem ganhou o último lugar do podium.

Pergunta feitas... quase,
Perguntas não feitas...
Resposta indevida "estou bem"
Hoje pai, amanhã filho, sempre humano.

Não sei se te dou razão,
do dolo a culpa, somos nós...