sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Ferro e o Aço - 3 1/2

Depois do 3 eu estava escrevendo a parte final, mas hoje aconteceu uma situação interessante que serve de alegoria para introduzir a tese da conclusão

As Batatas

Hoje no meu curso o professor soltou a frase:

Se você quiser atingir uma meta especial, terá que estudar no horário em que os outros estão tomando chopp com batatas fritas.
Roberto Shinyashiki

Apenas 4 pessoas estavam na sala de aula, quando eu já tinha gritado: MENTIRA!

Todos olharam para mim, eu falei Machado de Assis falou que quem come batata é o vencedor. Acho que ninguém entendeu e também acho que as vezes é melhor ninguém ter entendido mesmo.

Tese do Humanitismo de Machado:

"Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos que assim adquire forças para transpor a montanha e e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais feitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas."

----- Acho que já falei demais...


sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Ferro e o Aço - 3

Cigarra e a Formiga

Uma das fábulas mais carimbadas da literatura infantil, que apesar de suas varias versões sempre revelam a mesma moral, a dignidade do trabalho duro, a importância de se programar e a recompensa do esforço diário. E ainda dependendo do final da leitura pode refletir no sarcasmo como em La Fontaine ou ainda na compaixão (característica humana) da formiga em outros textos.

O resumo é o seguinte, durante o ano todo, a cigarra canta enquanto a formiga trabalha, acumula alimento e se organiza contra os males do tempo. O inverno chega, a cigarra começa a passar fome enquanto no formigueiro todas as formigas estão bem protegidas e alimentadas. A cigarra passando fome vai até a porta da casa das formigas para pedir um pouco de comida para não morrer nesse tempo de escassez.

Neste ponto a história pode divergir. A compaixão da formiga pode oferecer um pouco de abrigo e comida, ou ainda a formiga pode ser irônica como Bocage escreve:

A formiga nunca empresta,

Nunca dá, por isso junta.

- "No verão em que lidavas?"

À pedinte ela pergunta.


Responde a outra: - "Eu cantava

Noite e dia, a toda a hora."

- "Oh! bravo!", torna a formiga.

- "Cantavas? Pois dançe agora!"


terça-feira, 20 de outubro de 2009

Ferro e o Aço - 2

A raposa e o porco-espinho

Segundo o ditado grego: “A raposa conhece muitas coisas, mas o porco-espinho conhece uma só e muito importante.”

Dizem que a raposa pode inventar inúmeras estratégias diferentes para pegar o porco-espinho, mas este usando de uma única tática sempre escapa do ataque da raposa.

Existem vários livros sobre raposas e porcos-espinhos, inclusive alguns de auto-ajuda, mas o meu destaque é para um ensaio filosófico de Isaiah Berlin com o mesmo titulo, onde ele define vários escritores e filósofos como raposas ou porcos-espinhos, e ainda analisa com mais profundidade o russo Liev Tolstói que em seu ponto de vista é um porco-espinho que se achava uma raposa.

Não entrando em detalhes, mas explicando a possibilidade com um exemplo irônico temos o Firefox (browser) e os navegadores Chrome e IE (Google e Microsoft). Ao compararmos as empresas temos o Firefox (Mozilla) não como uma raposa flamejante, mas como um mero porco-espinho, ao passo que o Google seria uma raposa por excelência. Mas ao analisar só os navegadores, suas opções e suas possíveis customizações concluímos que a especialização do porco-espinho é bem maior que das raposas, ressarcindo por direito o título de raposa, portanto o Firefox pode ser visto como um porco-espinho, por só saber uma coisa importante, ou como uma raposa dentro das suas possibilidades.

domingo, 18 de outubro de 2009

Ferro e o Aço - 1

Algumas considerações sobre auto-ajuda, pessoas e fazer tudo errado, sempre.

O Ferro e o Aço

Bem antes de ler o livro “Quem Mexeu no Meu Queijo?” de Spencer Johnson meu pai já havia me contado alguma coisa sobre pessoas. Em minha adolescência ele me contou uma parábola sobre o Ferro e o Aço.

Naquele tempo pensei que toda sua explanação fora uma tentativa de mudar meu comportamento, repousar aquele radicalismo presente na juventude que “é” capaz de criar diamantes de pedaços de vidro. Eu pensava que havia entendido tudo o que ele queria dizer sobre as pessoas e naquele momento até desejei respirar um pouco de carbono, mas eu era ferro, puro.

Olhando em meus olhos com uma voz calma capaz de me irritar profundamente ele dizia que a diferença básica entre o ferro e o aço é que o ultimo é mais maleável, mais fácil de ser moldado sem se romper, mais adaptável. Consequentemente de maior valor econômico. Disse que eu deveria se tornar uma liga de aço para com as ideias adversas às minhas.

Hoje, depois de oxidar um pouco entendo o que meu pai fez, ele me alertou sobre algumas características presentes nele, no pai dele e principalmente em mim (pelo ponto de vista subjetivo). Dentro do daquilo que acreditamos, nós, eu, não somos anêmicos, somos de ferro.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

“Palavras” Armadas

Criado uma síntese de que tudo pode-se adequar à regras e leis, estamos perplexos de achar que devemos segui-las, principalmente para entrar no eixo de propostas mediante as crises, na maioria das guerras existem duas divisões uma causada por fanáticos religiosos que andam com bombas amarradas em seus corpos lutando por uma terra livre, e assim deixam de enxergarem que existe um abismo de quem tem dinheiro, e de quem nem água tem para beber. E o outro está relacionado a interesses comerciais de nações ricas pouco se importando com o bem estar coletivo, considerando que um homem armado pode fazer mais pessoas ouvir o que ele diz, do que sem tem de balas em sua arma, nesse caso não se trata apenas de palavras mais sim de um estado totalitário em que os seres-humanos estarão sempre sujeitos.
A pagar com suas vidas para ganhar dignidade, é claro depois de mortos, se ao menos fosse política poderia se negociar? Esqueçam seria uma política corrupta e imunda, mais desprovidos de proteção e qualquer tipo de informação sabendo-se que o risco de tentar alguma manifestação logo acabara na ponta de uma AK-47, não haverá propósitos a serem alcançados nessas condições, em que o orgulho está matando inocentes, e inocentes morrendo sem ter opções.

domingo, 11 de outubro de 2009

Ensaios de uma vida em português - 2

Você me ligou, eu olhei o relógio
O carro está lavando
E você chega com aquele olhos

O tempo corre, fizemos o que não deveríamos
Acende o cigarro
A brisa fresca da janela

Mas agora estou pensando
No final do romance


Nada é como antes
Mas você está tentando
Ser, definitivamente

Eu nunca sei
O que deveria saber
Aquilo que era importante

Já fiz minha escolha
Escrevi os memoriais


Você tem medo, Quem tem medo é você
Aconteceu o que eu esperava
Do jeito que eu queria

Senti saudades sem palavras certas
A porta ficou aberta
E o quarto permanece escuro

Dancei sem querer dançar
Nas linhas tortas do meu coração

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Ensaios de uma vida em português - 1

Você me olhou, eu olhei para o chão
A comida no fogo está queimando
E você vem e me abraça

O tempo passa, o suor na testa
O grilo faz cricri
Deve ser esse balanço de seu vestido

Agora estou confuso em derredor
De como seria nossa história

Eu digo faço a pipoca e você pega o filme
Mas a pipoca queimou
E o filme está acabando

Eu contava em decimal
Aquilo que era um mol
Quando me perguntava do livro novo

E agora estou correndo atrás
De como tudo deveria ficar

Você apareceu em algum dia da semana
E tudo costumava ser como deveria ser
Como a minha mão em sua luva

Fiz uma viagem que brilhava como ouro
Agora três cigarros e um copo de cerveja
Para esquecer

Estou pensando seriamente
No final da prosa

terça-feira, 22 de setembro de 2009

You never understood that it ain't no good

"— Quando eu crescer, acho que vou ser palhaço — disse Dill.
Jem e eu ficamos parados.
— É isso mesmo, um palhaço — afirmou ele. —Eu não posso mudar o jeito das pessoas, mas posso rir delas. Vou entrar para o circo e rir até estourar.
Você trocou as coisas, Dill. Os palhaços são tristes, o público é que ri deles."
Harper Lee - To kill a mockingbird


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

entre o nirvana, o desespero e o perfume...

"Você fingindo ser doloroso
E eu lembrando do céu"


Todos os dias penso em escrever, as ideias sempre vem, mas também vão...


Existem pessoas que conseguem escrever melodias com palavras, como a musica acima, as vezes pode parecer tudo sem sentido, mas soa como musica para os ouvidos... como um perfume para um pescoço.

Tudo bem, alguém pode dizer, mas uma letra de musica sempre é acompanhado de um ritmo e uma melodia, pois é uma musica...

Eu pensava assim também, antes de ler Albert Camus.

Entre os mais cinzas dias de inverno perfumes ainda estão na brisa que anuncia a primavera...

É como quebrar a quarta parede.



sábado, 15 de agosto de 2009

Caçador de Pipas

Crianças no orfanato formam uma família, choro. Filho adotivo rejeitado pela mãe biológica, choro. Homem se sente culpado pela morte da mulher, choro. O Último Samurai.

O Menino do Pijama Listrado. Coelho Branco. A Hora da Estrela. Metade de Papillon. O Suplício do Papai Noel.

O Caçador de Pipas.

Escrever um livro. Não há limites, podem existir muitos detalhes como Senhor dos Anéis ou simplesmente os necessários como Harry Potter e podem existir diversos personagens com nomes e sobrenomes. Já nos filmes não há espaço para tantos atores, e para isto a história tem que ser adaptada.

Sempre gostei mais de livros, do ato de ler, [mesmo não lembrando bem o decorrer dos fatos depois]. Mas os filmes são gostosos e dão a possibilidade de interação. Sempre quis ler os livros primeiro para poder imaginar e não ficar presa aos detalhes do filme. Mas também nunca imaginei que fosse me sentir agoniada e não fosse conseguir terminar de ler um livro.

Assisti primeiro o filme e depois consegui o livro. As lágrimas rolavam, um aperto no coração, um embrulho no estomago. Não consegui ler o Caçador de Pipas. Não hoje. Mas um dia,.. eu vou.

domingo, 9 de agosto de 2009

Indicadores

Os indicadores na química são usados quando se deseja verificar qual a tendência da substância, se é ácido ou base. Existem também os indicadores sociais que falam sobre os aspectos de vida de uma nação. No final, indicadores são formas de medir ou mensurar.

Alguns dias e alguns acontecimentos são como indicadores. Na verdade são como carimbos,.. confirmam.

Achei que já fosse suficiente e que já estivesse carimbado. E até fiz disso fato. Mas os indicadores apontam que o baú de ouro ainda está distante. E mostram que apenas deslizei enquanto imaginava que subia.

Think. Sleep. Just Drink.

sábado, 4 de julho de 2009

Tempos Pós-Modernos

Para a corrente filosófica do existencialismo nós somos os únicos seres sem essência, somos os únicos seres para-si, somos somente aquilo que projetamos ser, somos liberdade, somos responsáveis por TODA nossa vida.

Somos pessoas finitas no tempo.

Nos construimos por nossas escolhas, criando assim nossa essência. Sendo assim, só podemos mudar nosso tempo Presente e nosso Futuro?

O poder das escolhas é tão grande que parece que podemos mudar o Passado.

Com certeza! Nós podemos mudar o Passado, com P maiúsculo.

É como o Renato Russo cantava.

"Acho que o imperfeito não participa do passado"

Criar o futuro e o presente é mudar o Passado.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

dedicado a um dos raros

um dia o meu pai me falou para que eu nunca mentisse,mas ele se esqueceu de dizer a verdade e se a verdade for a mentira espero que nunca me digas o que eu gostaria que disesse,pois assim estaria me dizendo aquilo que nao procede.dizem que é melhor magoar com a verdade do que com a mentira,mas me diga quem é aquele que é sincero todo dia???o mundo está cheio de falsas verdades e verdadeiras mentiras,escolha seu caminho e esteja acima do real e do falso,pois tanto a verdade quanto a mentira estão em descompasso e de mãos dadas elas iludem o mundo inteiro,assim como esse poema que eu vos escrevo que dá inumeras voltas e termina neste campo de centeio onde tudo pode ser belo,talvez sem sentido,contudo continuo dizendo que sou teu amigo

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Contato!

"Ela tinha um coração", ele dizia.
"Ela tem, mas é de madeira", a imagem retrucava.
- Mas como pode ser de madeira?
- Você não conhece Odisseu?
- Aquele da Odisséia?
- Isso!
- Mas não foi Aquiles o herói?
- Já Está/Estava morto.

Após histórias sem fim, post-punk.

O Corte dos pulsos se apresenta da forma mais clara em um Disco Conceitual.

Coração de Tróia.

Eu estava lá quando saíram as 3 primeiras musicas do disco. Macaco com Navalha, Nos Olhos de Guernica e Horizontes de Outono.

Macaco com Navalha era o caos irregular em uma forma inaudível ao primeiro contato.

Nos olhos de Guernica seguia a mesma linha mas com um refrão mais suave.

Horizontes de outono, melodiosa e calma que seria a ultima do disco mas a de mais fácil contato.

A voz não afinada, a sujeira das guitarras, os gritos de arranhar a garganta e tudo que faz fazer qualquer ouvinte desistir nos primeiros segundos estão presentes neste disco.

Ele é para poucos, é o disco para por de despertador. Ele te desperta do sonho que te levam as estrelas e para cuspir em sua cara a realidade, um conceito humano em que não existe em sonhos.

Hoje não existe lugar para horizontes de outono a não ser na ultima faixa do disco, como o ultimo mal de Pandora.

Aquele refrão sedutor de Guernica é na verdade é tão sombrio como uma revolução sem sentido.

Sentir a essencia do disco é pedir para acordar sem voz no outro dia.

...Sem voz
...sem voz

O Disco não poderia ser aberto de outra forma se não com Macaco com navalha. GOLIAS AO CHÃO!

"Ela tem um coração, de Tróia." continuou ele.
"Você também." terminou a imagem.

domingo, 14 de junho de 2009

hey kurt

vó, me leve para casa
aqui eles não me entendem
aqui não é meu lugar
aqui é tudo tão rápido,transitório
o que eles sabem sobre amizade?
o que eles sabem sobre cumplicidade?
o que eles sabem sobre companheirismo?
o tempo só serve para ter menos tempo
nunca há espaço
nunca há lugar
tudo é tão dificil
por isso é preciso aproveitar melhor o seu tempo
para poder ter menos tempo
no carro,no transito,no ônibus,no metro
no banheiro,na cama,no pesadelo...no sonho?
vó me leve para casa
é preferível estar só de verdade
do que rodeado de ninguém
vó,é tudo tão controlado
é tudo tão esperado
é tudo tão não autentico
sinto vó,mas não consigo me encaixar
sei que vai passar
mas temo que eu passe junto
e serei apenas mais um nesse mundo imundo
cinza,preto...
vó,nunca farei parte desta família
apesar de minhas raízes terem sido fincadas nestas feridas.
contudo não posso negar que tenha me ensinado algo
e guardarei estas marcas até mesmo depois de nosso passeio de barco
pelas profundezas do absurdo
onde nenhum homem pode provar do futuro
porém,se algum tempo me resta
eu imploro,por mais que tente enfrentar e me provar ao contrário,
vó,me leve para casa
pois é preferível estar só do que ter ninguém.

sábado, 13 de junho de 2009

morning glory

i need to be myself
i can't be no one else

essa é uma frase impactante. não importa o que digam, o noel disse tudo.
você só pode ser aquilo que seus valores lhe permitem ser.
eles são uma espécie de barreira que impedem que você fuja de sua essencia.
se você fugir de sua essencia, o que será de você???
quem será você???
um ser sem opiniões que é moldado conforme a situação, conforme suas
necessidades animais. um ser aprisionado.
você será sempre a última novidade da semana.
será aquilo que as regras escritas por outros dizem.
marionete.
you need to find out cuz no one is going to tell you what i'm about
descubra,explore...CONHECE A TI MESMO
encontre sua essencia,busque-a.
o que eu estou para fazer não dirá muito a você.
a partir do momento em que descobrimos nosso interior nos tornamos supersonicos
capazes de atigirmos nossos objetivos rapidamente.sem desvios de caminhos,com as rodas nos trilhos.
e partir disso somos capazes de desfrutarmos de nossas conquistas com gim e tônico.
faça ao contrário do seu amigo que se senta embaixo de uma cachoeira, onde ninguém pode vê-lo ou ouvi-lo chamar.
escute sua voz interior.
você precisa achar um caminho para aquilo que deseja dizer.

concluindo o texto do koala

diante de tantas lembranças e esperanças que surgem ao escutar todos esses ícones que nos guiaram e ainda guiam pela vida, consigo apenas chegar à uma única conclusão:
A MINHA VIDA É O ROCK 'N' ROLL!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

reflex(o)ão

talvez o espelho cresça conforme vc alimente ele...
o espelho se alimenta, basicamente, de ego inflado,auto-admiração,vaidade e ódio.
para aqueles que se odeiam ele é apenas o reflexo da incapacidade,tristeza,impotência.
para aqueles que se sentem superiores...o único amigo.
em ambos os casos,não importa qual,ele rouba nossas almas,desejos e anseios.
nele podemos encontrar tudo o que achamos ser e não gostaríamos de ser.
no espelho enxergamos apenas o que desejamos ou somos condicionados à enxergar (isso quando nos odiamos)
se vc procura a verdade,não olhe para o espelho.

o que vc vê diante do espelho?


diversos espíritos aprisionados.
diversos amores platônicos.

uma das maiores invenções do mundo. afinal,quem suportaria ter de
se enxergar através do olho alheio o tempo inteiro?

terça-feira, 2 de junho de 2009

Xuxa a Mitchell

Eu tinha todos discos da Xuxa, nao sei como eu os tinha, o mais provavel é que meu pai comprava para mim, tirei uma foto com ela (com um bone da arisco). Naquele tempo nunca teria cogitado a existencia da Joni, nao teria pensado em toda a melancolia c/c toda felicidade que o aquela obra chamada Blue traz.

Depois de Chucha passei uma boa parte sem conhecer muito musica.

Em 94 eu fazia fogueiras no terreno do lado, nao conhecia Guns 'n Roses/Nirvana. Aos 12 eu já tinha me apaixonado algumas vezes, mas nunca ao som de Stairway to Heaven. A proposito acho que só escutei Led Zeppelin depois dos 15.

Eu escutava Algumas trilhas sonoras de filmes, Godzilla, eu conheci uma banda (The Wallflowers) de só uma musica (Heroes). Aos 12 ganhei um cd no amigo secreto da escola, era o Mais do Mesmo.

Nessa ocasiao eu me senti frustrado, uma menina já tinha me dito quem era a pessoa que havia me tirado e o que ela estava pensando em dar (uma camisa). O CD ficou guardado por um tempo, acho que tinha um preconceito com Legiao Urbana, eu nunca tinha ouvido e nao fazia questao de ouvir.

No entanto nao foi o solo de Jimmy Page que embalou minha paixao de 12 anos. Aquele CD de cor Azul Branco e Preto tocou sem parar por semanas depois de um trabalho em grupo em que a Loirinha com sotaque estranho sabia cantar todas as musicas.

Adorava aquela musica que falava de Um Garoto que foi para guerra que eu escutava no carro da minha Tia, mas só conhecia Satisfaction.

Nessa epoca tambem ouvi falar daquelas bandas GNR e Nirvana, era a sensaçao da garotada do interior que nao sabia e nem ligava que Nirvana é incompativel com GNR. Sensaçao da garotada que aqui existe até hoje. Nada de se apaixonar nas escadas para o céu. O negócio aqui é bater na porta do céu, ou achar o solo Sweet Child O' Mine o mais incrivel do mundo, ou tentar aquele dundundundun do Nirvana no violao.

Eu escutava ambos, adorava Bater na porta do céu ou relaxar naquele acústico onde o Cobain falava sobre o homen que vendeu o mundo.

Depois veio o punk, adorava aqueles dois versos iniciais:
"I am an antichrist
I am an anarchist"

Sid Vicious tinha ganhado do Kurt em sua auto-destruiçao, tudo isso era o máximo. Assim como ver 3 caras pelados correndo na rua falando Qual minha idade denovo era a coisa mais c00l.

Conhecia os dois albuns Nevermind.... Pistols/Nirvana enquanto do Clash só havia escutado a aquela que dizia se deveria ir ou ficar.

Ah eu conhecia aquela musica que me dava medo quando via meu pai assistir monte de crianças que pareciam robos cantando:
"We don't need no education
We don't need no thought control"

Já no meu primeiro colegial veio aquela onda dos acusticos, tinha um cara mais velho que falava que o disco do Capital era o melhor do mundo, aquele que o Dinho era O Passageiro eu tentava tocar Natasha na bateria.

Nesse ano eu tambem fui a um velório com amigos cantando Louis Armstrong.

Meu primeiro show de verdade tambem foi nesta epoca, eu e um amigo viajamos 400Km sozinhos para ver uma banda nao muito conhecida chamada Dance of Days, pois era essa banda que falava nossa lingua.

Perdi a linha de pensamento, mas enfim Legiao me levou a Mitchell.
Eu escutava Guns n Roses mas nunca escutava Dylan
Escutava Nirvana e nao sabia que era Bowie, assim como nao sabia Wallflowers cantava David
Adorava Sex Pistols até conhecer o Clash
O encarte de London Calling que me fez escutar Elvis.
Nunca tinha escutado Beggars Banquet ou o Let it Bleed.
Escutava Dance of Days sem conhecer, PIL, Fugazi, The Smiths.
Travis era o maior na bateria do Blink até eu conhece o Omar na guitarra do At The Drive-in que virou The Mars Volta, que com Francis the Mute e De-Loused in the Comatorium me fizeram ver o alem do Muro chegando a Dark Side of the Moon.
Nunca tinha escutado Stooges nem conhecido o Pop mas escutava O Passageiro.
O cd do ATDI - Relationship of Command me levou a energia do The Who incluindo o Tommy!
Armstrong que me levou a Stanley Jordan que junto com Mars Volta e os metaizinhos de Los Hermanos me mergulharam no Jazz de um Tipo de Azul de Miles Davis.
Hoje de escutar bastante a 5ª eu descubro a 9ª de Ludwig Van Beethoven.

Influenciados, Influencias, Influencia das Influencias, Diferenças.
Sinto como se estivesse sempre no ultimo trem, sempre atrasado a conhecer tanta coisa ou nao conhecendo-as. Porcaria ou Genialidade. Passado e Passado do Passado.
Mas ainda bem que estou no trem. Em movimento.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

esquizofrenia

- why you wanna be so damn perfect????

- i don't know, i'm just so fucking afraid of making mistakes

- been born it's already the biggest mistake...so what's the point??

- i don't know...maybe, inside, i just wanna be good, be special...make them proud

- you gotta live to make YOU proud of yourself, no one else...
you gotta be proud of your thoughts,belieafs and actions...

- yeah,maybe you're right...maybe i'm so fuckin insecure...

- you shouldn't... you already have what you need to be what you want to be
and if you want to be free...you gotta believe in yourself...
you gotta stop thinking like a fuckin victim...

- i don't know...i feel like i'm always wrong...like my ideas are always stupid...or like i don't have the right reasons...

- the problem is that you can't argue cuz you have problems to listening to someone's else point of view...the thing is...you wish that everybody could agree with you so you wouldn't have problems constructing a new ideia...
- STOP OF BEING AFRAID OF LIVING!

Foda-se
não atiro para o alto,mas sim para o alvo. o objetivo nunca foi desconstruir, contudo desejo novas cores, novos formatos. o tempo deve caber a mim, desde que a construção não interfira nos projetos alheios.
respeito suas idéias, contudo isso não significa que devo acatá-las. tirarei sempre o melhor delas e tentarei incorporá-las ao meu objetivo - crescer e me tornar mais humano, mais real.
não é preciso ter medo...já faz tempo que os caminhos indicavam roma.
esta foi a útlima noite de festa esperando o amanhacer...
esta foi a ultima vez que eu tive 17 anos.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

3 ou 4 riffs

Riding Song

eu já sei o que eu vou ser
ser quando eu crescer...

(...)

E dane-se seu exército de palavras miseráveis
Porque bem sei, tuas garras sao de seda
E saibas tu, tua sombra nao me assusta
Porque a lua... a lua é minha

(...)

muita vontade de ver Invasoes Barbaras, acho q vou lá pegar...
Heroin...a...

quarta-feira, 20 de maio de 2009

[colocar titúlo por favor]

Sem álcool
Sem ovo
Sem porco
Sem chocolate.

Anti séptico
Pomada
Zinco
Cicatrizando...

Me sinto como tivesse nascido
De novo
Segura minha mão
Eu estou pronto

Você me deu o sinal
Eu mergulhei no abismo
E nesse oceano você é minha costa
Complacente ao acalentar meu afago

Todas as manhas ninguém ao lado
Todas as tardes espero suas garrafas
Todas as noites tenho seus beijos
Que saudade do teu sorriso

Estou falando sério
Eu preciso de você...

(...)

tinta
de coração,
o seu no meu
e o nosso
no chão.

(nós dois olhando pro céu).

terça-feira, 19 de maio de 2009

Meninas

Não seria eu se não fizesse isso. Todos os versos para você : )

"Quero me encontrar, mas não sei onde estou
Vem comigo procurar algum lugar mais calmo
Longe dessa confusão e dessa gente que não se respeita
Tenho quase certeza que eu não sou daqui

Vai ver que é assim mesmo e vai ser assim pra sempre
Vai ficando complicado e ao mesmo tempo diferente
Estou cansado de bater e ninguém abrir
Você me deixou sentindo tanto frio
Não sei mais o que dizer

Eu canto em português errado
Acho que o imperfeito não participa do passado
Troco as pessoas
Troco os pronomes

Preciso de oxigênio, preciso ter amigos
Preciso ter dinheiro, preciso de carinho
Acho que te amava, agora acho que te odeio
São tudo pequenas coisas e tudo deve passar"


É o imperfeito realmente não deveria participar do passado
Tudo passa, minha mãe que o diga. A felicidade é algo muito engraçado, ela me encontra nos momentos mais inesperados.

Para sempre cinderela..

.. quando estava na quinta série, eu idolatrava meu irmão. E mesmo sem querer sempre fazia besteira, era sempre a irmã pirralha. E durante muito tempo eu queria dar orgulho pro meu irmão, queria que ele tivesse ciúmes de mim. Essas coisas de irmãs. Mais pra frente, no colegial, eu tinha que dar orgulho pros meus pais, acho que na verdade agente sempre quer dar orgulho e ser bom em algo pra eles. Pra que eles possam contar pro amigo que o filho é bom. E também já medi minhas atitudes e mudei pensamentos por um pluto.

Que triste. Hoje quero agradar a quem?

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Donkey boy

Nunca entendi nada mesmo, ao tempo que as mensagens entram elas saem de dentro da minha cabeça.

Caulfield me comoveu mas não me movimentou.
Sartre me confortou mas não me redimiu.

Sou mesmo o maior ignorante deste planeta. Como pude te deixar escapar. Como não consegui entender, nada.

Tudo aquilo que acreditei, eu sempre fiz o inverso.

Em linha reta hoje:

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó principes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Fernando Pessoa
(Álvaro de Campos)

domingo, 17 de maio de 2009

Parecendo uma pedra a rolar

O Retrato de Dorian Gray
O Mito do Sísifo
O Apanhador no campo de centeio
Os Sofrimentos do Jovem Werther
Os Funerais do Coelho Branco
Goldmund e Narciso
Quando Nietzsche chorou

Todos os livros fazem sentido hoje.

Vane sendo Julieta; o absurdo e o suicídio; as fugas e os sonhos; as dores e a felicidade; toda realidade; as escolhas e a vida; as repetições e a mudança.

O Ser e o Nada / To be or not to be

essa é a questão!

O existencialismo Sartriano completa o quebra-cabeça da imagem mais bela com o fundo mais tenebroso. Escolher é a questão, de SER ou de NADA SER, de fazer ou de não fazer, e é certo que o acaso se faz presente, mas ele só mostra os caminhos e as possibilidades, por isso são as escolhas que nos tira do mundo dos Em-Si e que nos torna Deuses Para-Si dos nossos próprios caminhos, que nos torna LIBERDADE, que mostra nossa existência e constitui nossa indefinida essência aos poucos. TODO repudio ao determinismo que torna a vida uma filosofia contemplativa, toda sanha aos vícios que fingi não acumular com o tempo e as recompensas intermitentes que reforçam minha dor.

Para ser sincero, não espero mais nada, o plano é ficar bem, vou continuar a pular de precipícios, vou me jogar aos braços que me convidam ao pecado, vou rir de toda a dor que senti, vou cantar Like a Rolling Stone, vou fazer tudo errado de novo, vou lembrar e te esquecer...

Toda incognoscividade e toda ininteligibilidade talvez uma dia daqui 10 ou 20 anos seja explicada, por toda a imaginação que acumulamos com o tempo, nunca mais vai ser real. Por isso desisto de compreender se a industria farmacêutica está certa ou se o green peace é bom, se a luz em teus olhos são fogo ou é só reflexo, se usei placebo ou cianeto de potássio, se minha intuição me enganou ou se meus instintos se foram, desisti de entender todas as variáveis que te fizeram escolher, que me fizeram escolher, desisti de ver alguns sorrisos e de compreender o invisível. Mas graça a vocês hoje eu me sinto vivo, com uma imensa angustia no peito, dor que vai embora trazendo outras melhores e piores, trazendo toda beleza e podridão da vida!

Se nao sentimos nada devemos tentar viver, como uma pedra a rolar, ainda que O Coisa seja angustiado, que eu seja um aprendiz e que voce um moinho de vento, nem que seja só por uma noite.

Com o mesmo punhal que Dorian usou para destruir o seu retrato eu perfuro o intangível.
Com a mesma dor que Wether sofreu eu acabo com minha esperança.
Com as mesmas lágrimas que Nietzsche derramou eu declaro a vitória ou coisa que o valha.
Com o mesmo sentimento que Holden possuia eu te estimo e te odeio.
Com a mesma moeda que difere Narciso de Goldmund eu irei pensar e viver.
E com o absurdo da vida de Sísifo eu destruo todas as sombras e saio da caverna mais humano do que nunca.

Bang Bang você morreu

Pessoa, não estou pronto para escrever em linha reta.

"Nesse livro não existe vítima caro caríssimo.
Se aprendi algo nessa trilha é que todos somos culpados.
Sem exceções.
Eu sou culpado, você é culpado, .... é culpado,
(...)
E, nesse jogo de culpas, eu dou o primeiro passo caro caríssimo, porque o peso é demais, e quero respirar sem peso, pelo menos mais uma vez...
Estes são meus diários caro caríssimo.
Espero que os ame... ou que os odeie do fundo da alma.
(...)
Acende o fósforo... joga no copo."

sábado, 16 de maio de 2009

Fim Reforço P.I.

Hoje por varias vezes estive a um passo de escrever os funerais, cheguei até a pegar a caneta.

Mas escolhi não escrever, preferi resguarda-los na minha memória, onde a imaginação atua preenchendo as lacunas deixadas pelo tempo.

Tenho certeza que matei o ultimo coelho branco da cartola. Hoje é o dia que todos os livros fazem sentidos, os livros que guardo como preferidos.

Falei para um amigo que tinha desistido de entender várias coisas, o mesmo amigo que discutiu a utilidade das metáforas comigo.

Há algum tempo eu abri a caixa de pandora, libertei todos os males da humanidade, e como era de se esperar o ultimo mal eu guardei.

Guardei com carinho em um pedaço de papel amarelo dobrado, como uma pessoa que ama guarda o sentimento dentro do coração.

Depois de algum tempo por algumas razoes que não deveriam ser lembradas, confiei este pedaço de papel a minha genitora.

Então apesar de desistir de entender o ininteligível, aquele pedaço de papel me assombra devido as minhas duvidas, minha imaginação e ao reforço P.I.

A vida não é mesmo linear, assumo que a teoria da psicologia behavorista faz sentido, que algumas escolhas são irreversível, que eu já sinto frio, que o afago conforta mas não encanta, que não sou nem metade daquilo que projetei ser, que estou decepcionado, que senti a maciez e a agressividade dos lábios mais improváveis, que joguei fora a ultima lembrança material que restava da boca mais suja, que tentei "te" tirar da minha vida, que cansei, que escreverei meu soneto perfeito, que nem o "tanto faz" tem mais sentido, e que espero uma ligação ainda para hoje.

Uso um dos golpes do cavaleiro de Áries:
Starlight Extinction

Acende o fósforo e joga no copo.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Meus lábios estão salgados

"Mas nada vai
mais dissolver
a ironia de poder te ver
sem tuas roupas
com teu segredos"



Ainda sobre a música de ontem, os versos mais bonitos.

É mesmo bem mais fácil "te ver sem tuas roupas" do que te entender "teus segredos"

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Garota do mar..

Abraçou o violão, arrumou o microfone e...

"O chão não vai cair
nem a distância nos partir
enquanto houver alegria
nos sapatos que ela pisar"

Na primeira vez que ouvi esses versos eu estava só.

Eu nunca esperava ouvir naquele instante.

..."de uma garota do mar"

Foi o verso que guardei... eu não sabia o nome da musica nem sua autoria.

"que há de me bastar
meus lábios despedaçados"

E aquela ressonância "Robert Robert Robert" eu sabia que era Dylan... mas ainda não entendia.

por fim... "quem vai?"

ps: Vanguart - Robert

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Where do you go when you are lonely..

Um história era pra ser traçada há um tempo. No entanto, os personagens se perderam. Outra história, novo cenário... e os antigos personagens retornam querendo seu espaço. Os três mosqueteiros discutindo sua importância. Aparentemente o livro acaba para esta e então os personagens se veem novamente em um romance moderno. Mas, ambas estradas são bonitas. Cada uma com sua particularidade grotesca e encantadora.

‘Um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar’, é o pensamento de alguns. Eu, particularmente, as vezes acredito em destino e que se alguma coisa tem que ser, vai ser. Por vezes me parece uma fuga, como uma desculpa para certas atitudes e outras me parece realmente que aquilo tinha de acontecer.

Só espero que não nasçam mais monstros dessas histórias [a não ser que sejam como o Sullivan].

terça-feira, 12 de maio de 2009

demons frozen heart

Nota do autor:

Resquício da forma juvenil das minhas tentativas de expressão na forma escrita. Subjectividade excessiva.

Brainstorm - Livre Associação - Precariedade - Desabafo - Analfabeto Funcional - Tentativas - ou qualquer coisa que o valha.

Várias referencias não foram e não serão citadas, sei que é uma faca de dois gumes, no entanto posso (e devo) frisar que as palavras que se seguem são em toda sua totalidade sentimentos acerca da mais profunda dor que aflige meu coração, meu ser, e que o elenco das causas são somente 2, EU e o ACASO (vida), portanto nao existe nenhuma pessoa envolvida e nenhuma pessoa capaz de mudar esse sofrimento, contudo ainda posso usar eufemismos. :-) (e smiles)

Foco n.1 (versão beta)

É, tentei me enganar por 22 anos, talvez somente por 11, vejo hoje todo o peso do fardo imaginei carregar com apenas 1 dos meus dedos, sinto toda a limitação dos grilhões que sempre tentei não ver.

Sinto, demasiado humano.

A razão de 1 para 20 para alguns um sonho para mim é com certeza meu maior pesadelo, sempre foi. Nunca temi moinhos de vento, nunca deixei o inverno congelar minhas esperanças. Tudo aquilo que mais tive medo hoje em linha reta me cospe no rosto e me chuta ainda que eu esteja ao chão. Toda a confusão, a desordem, a total ininteligíbilidade, era o que me fazia acordar com suor acima das sobrancelhas. Há tempos não sei o que sonho nas madrugadas monótonas de desperdício da vida.

Sinto, demasiado humano.

Não estaria feliz com a razão de 1 para 100, acho que na verdade nem a divisão por 1000 me traria imensa felicidade.

Demasiado... sem sonhos... humano.

Perder aquilo que mais proporciona orgulho é... (falta me vocabulário... e coragem)

Afinal... joguei pela janela do ultimo andar minhas fugas, defesas.

Agarrei com meus dedos minha humanidade. Fiquei pequeno na imensidão do mundo.

Projeto (versão alpha)

O projeto original tinha 5 vertentes combinada com 7 desenvolvimentos. Mas hoje vejo suas impossibilidades.

Essa versão é alpha por isso deveria perder todo o tempo do mundo nesta parte, mas hoje me dou por impedimento absoluto e cito a ultima parte de uma musica que ainda que não expresse meus sentimentos e possibilidades ainda me da esperança:

E nossa história não estará pelo avesso
Assim, sem final feliz.
Teremos coisas bonitas pra contar.
E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos.
O mundo começa agora
Apenas começamos.

I feel sick...

domingo, 10 de maio de 2009

Instantes

Em um dia qualquer, antes dos meus 18 anos eu estava sozinho em meu quarto pensando nas teorias da evolução de Darwin e a de Lamarck. Por descuido dessa mente no ócio da minha adolescência absorvi Lamarck como metáforas de desculpas para meus defeitos. Pensei também se a teoria de Darwin é aplicada a nossa sociedade, pensei em algumas possibilidades e nas suas consequências, até dei um nome pessoal para tudo isso: darwinismo social.

Foi nesse ponto que me assustei, que tentei esquecer de tudo que tinha pensado, de mudar o final a história.

O mal já havia sido feito. No mesmo dia consegui um pequeno conforto ao saber que minha ideia nao era original, que já existia teóricos sobre o assunto, que a Alemanha nazista já havia sido derrotada. O pequeno conforto foi descobrir que talvez já tivéssemos aprendido com os erros do passado. Atualmente ainda penso em Darwin, de uma maneira diferente, ainda assustadora, mas em menor proporção que possibilita meu olhos que verem sorrisos sinceros.

Toda essa introdução que daria assunto para um post inteiro foi só para dignificar o pensamento humano livre, que coincidências podem existir e que podemos encontrar humor nelas.

Em Fevereiro viajei com um amigo que me falou que estava lendo Jorge Luiz Borges, me mostrou os livros de contos e poemas nas livrarias. Eu, um nobre ignorante, não conhecia o autor, e também não ligava muito para isso.

Semana passada o acaso tocou meus ouvidos. Em meio a uma palestra chata de um velho especulador que se dizia veterano na vida e que citava de Orwell a Aristóteles me deu por um breve momento uma sensaçao de Deja Vu.

Ele falou algo sobre um tal Borges e um poema sobre instantes, que por minha felicidade se chamava exatamente "Instantes":

Se eu pudesse novamente viver a minha vida,
na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais, seria
mais tolo do que tenho sido.

Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico. Correria mais riscos,
viajaria mais, contemplaria mais entardeceres,
subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria a mais lugares onde nunca fui, tomaria mais
sorvetes e menos lentilha, teria mais problemas
reais e menos problemas imaginários.

Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata
e profundamente cada minuto de sua vida;
claro que tive momentos de alegria.
Mas se eu pudesse voltar a viver trataria somente
de ter bons momentos.

Porque se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos;
não percam o agora.
Eu era um daqueles que nunca ia a parte alguma sem um
termômetro, uma bolsa de água quente, um guarda-chuva
e um pára-quedas e, se voltasse a viver, viajaria mais leve.

Se eu pudesse voltar a viver, começaria a andar descalço no
começo da primavera e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres
e brincaria com mais crianças, se tivesse outra vez uma vida
pela frente.

Mas, já viram, tenho 85 anos e estou morrendo
Jorge Luiz Borges


Que no mesmo instante me lembrou uma musica de mesmo nome:


Não mais caminhar na praia...
Não mais outro entardecer...
Não mais a brisa que diz “Vai chover”...
Não mais as luzes da cidade
me dizendo que há tanta coisa pra viver.

Eu que tanto quis guardar meus dias,
Eu que tanto pensei com medo de tentar...
Já não mais, não mais me restam chances de errar.

Ah, quando eu penso que tudo poderia ser...
Ah, quando eu lembro que era só querer...
a fumaça sai de meu olhar,

eu tento não ver,
tento negar que este no espelho já não sou mais...
Agarro meus sonhos entre minhas mãos,
mas por entre meus dedos eles se vão.

Ah se eu pudesse voltar atrás, juro,
eu viveria cada dia.
Mas tão fraco já não posso mais
recuperar os anos que deixei pra trás.

Andaria na chuva,
pularia no mar
e te diria tudo que deixei de falar...
não mais...não mais...não mais...
Fábio Altro, Dance of Days

sábado, 9 de maio de 2009

l'homme pressé

pressa pra que?
que eu vou fazer com tanto tempo na minha mão?
vou utilizá-lo para que?
ócio produtivo????
a cada dia que passa sinto que perco mais e mais a capacidade de curtir o presente,o momento.
tem horas que a gente só existe...e não vive.
nessas horas eu duvido..."penso,logo existo"???
o que adianta ser só mais um na soma??? isso é existir ou ocupar espaço?

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Cafe Cafe

Café é uma das palavras com mais metáforas que eu conheco... deixa para lá nao vou explicar isso hoje.

Desliga o manual...

...Liga o automático

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Carta de Werther a Lua

Tem alguns dias que deveríamos ficar calados...
Mas são nesses dias que o menino grita e vira homem.

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O hálito cansado de um corpo pálido
trava sua batalha contra a neblina fria.
Dentro de botas úmidas artelhos corroem,
a carne arde e são seis horas,
nove horas, três horas e tudo bem.

Mas eu vi acenar para mim
o homem na lua a bocejar.
E sim, ele estava tão feliz...
morto e tão feliz...
E eu limpei os meus olhos
destas aranhas sem pernas
e acendi cigarros e estopins.

Vou voltar a meia-noite só pra ver voltar.

Minhas mãos cansaram de esmurrar
o vidro quando te via escovar suas
três fileiras de dentes
e estive preso no espelho por tanto tempo
que nem sei bem, e mais cem anos,
seis meses, três dias, tudo bem... tanto faz.

Aprendi a amar teu sorriso
como se aprende a amar quem sempre
diz que no final todos tem
a justiça e o sentido
e todos são amigos.
Quem diria "eu amigo"...
Quem diria... eu sei...

Vou voar agora que me destes asas.

Devoro exércitos, devoro exércitos,
canto para os pássaros, corro nos desertos, nem
a vontade de mil conselhos pode me deter.
Devoro exércitos, devoro exércitos,
o sangue negro feito petróleo da boca escorre e
me deixa mais forte.
Nem São Jorge irá te proteger.

Vou chegar as crateras da lua e me tornar um Deus.

Dance of Days
Um Canto Para Caronte (Ou De Como A Mantícora Aprendeu a voar)

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Caronte é o nome do barqueiro do inferno, na mitologia, mas também é o nome de um planeta. Bom, na verdade não é planeta, mas uma lua de Plutão. O jogo de palavras transita entre os dois significados, o que, a meu ver, torna mais legal a forma poética.

No primeiro estrofe eu quis retratar a imagem que tinha de estar estático na chuva, parado, com os pés molhados e vendo tudo acontecer, o tempo passar e dizendo "tudo bem". Tenho meu significado pessoal para isso, mas acho que cada um sabe qual seu mar e qual seu inferno.

Nesse primeiro sentido eu retrato Caronte como o barqueiro... na tempestade que me cerca.

No segundo estrofe, "o homem na lua" remete Caronte a seu outro significado, e eu me refiro a minhas reflexões, a esse estado "na lua" em que pensamentos as vezes cansam a gente e morrem. Creio que não é preciso então nem dizer que a figura de "aranhas sem pernas" remete a teorias fracassadas que não saem do lugar e cegam, e que "acender cigarros e estopins" remete a movimento, a "seguir adiante".

O primeiro refrão significa sentir ter o poder de voltar atrás quantas vezes quiser... nem que seja só pra "ver voltar". É definitivamente uma coisa em que gosto de pensar.

A simbologia do terceiro estrofe me veio na imagem de Alice, no outro lado do espelho, de frente para a figura da Mantícora. O que tentei representar foi a prisão no mundo de sonhos frente ao horror de uma vida em angústia. Por isso quis dizer perder a noção de tempo ser algo, mesmo que no íntimo, sedutor, com a expressão "tanto faz".

No quarto estrofe eu quis dizer que as vezes você, mesmo de dentro do espelho (seja qual for o seu espelho) e de frente para um monstro medieval (seja qual for a sua Mantícora), aprende a "amar seu sorriso", como se aprende a amar qualquer um que lhe ofereça conforto. Mesmo que saiba que não é de sua índole se adaptar por conveniência.

Mesmo que em seu íntimo diga: "- Quem diria... Eu...".

No segundo refrão, em "voar agora que me destes asas", tentei demonstrar a teoria da mão invisível divina, como aquela peninha placebo do Dumbo, que sempre pode voar, mas só conseguiu depois que achou algo em que pudesse apoiar sua crença, com o que enganar suas dúvidas.

No último estrofe, "devoro exércitos" é a frase "ameaça" clássica da Mantícora nos bestiários medievais. Tentei jogar com as palavras para representar questões de auto confiança e também seu contraste com o belo e o tenebroso, do prepotente com o inconsequente.

Na simbologia que me veio em mente comparei também a Mantícora nos tempos modernos a países que desafiam conselhos internacionais se isso lhes proporcionar "o sangue negro feito petróleo"... Mesmo que isso signifique devorar toda uma nação.

O refrão conclusivo remete ao êxtase, seja em anestesia, no caso do conforto dentro do espelho, seja em aliviar o peso saindo enfim "da lua" ou ainda em vitória pela prepotência, no caso da Mantícora moderna.

Tentei achar uma expressão que se encaixasse em todos esses significados... e "tornar-se um Deus" me veio como a mais indicada.

Fábio Altro
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Mesmo sabendo das intenções do autor ao escrever a musica, alguns dias ela tem um sentido mais trágico.

terça-feira, 5 de maio de 2009

cemetery of the unknown

take me to the cemetery of the unknown
where people have nothing to show
the only place where you aren't what they think you are
no name, so safe...
where you can live without carring a cross
where you can die without the meaning of loss
a place where you are free
a place with no boundaries between you and me
a place where love is not attached in false beliefs
again,you can be free

*** fiz este texto após assistir ao filme "antes do nascer do sol"
em uma determinada parte as personagens passam por um cemitério, em viena, chamado "o cemitério dos sem nome" e, a partir das reflexões tiradas por eles e a partir dos pensamentos que afloraram em mim após essa cena escrevi este "texto"
daria até para fazer um paralelo com a letra de "like a rolling stone"
"how does it feel to be on your own
with no direction at all
and complete unknown
just like a rolling stone"
mas isso eu deixo pra alguém...
um desconhecido, provavelmente

Carta de Goldmund a Narciso - V2

Eu não quero ver mais uma vez essa série
em que a gente sangra tanto, meu bem.
É, perdi o medo de dizer
que nada atinge meu querer
e que sempre faço o que mais me pede, a vida acaba.
E por que não falar de amor, repetir as palavras
se no fundo é só isso que vale a pena?

Ah se eu fosse tolo...
Só se eu fosse tolo não deixaria viver.

Essa tarde eu vou sentar e ouvir Stiff Little Fingers.
Lembra que a gente passava horas aqui falando de ex-namoradas?
Tenho andado tão inquieto
que até beijo de seriado me arranca um suspiro
É... perdi o medo de dizer que nada atinge meu querer
e que sempre acabo atirado aos braços
de que mais me convida ao pecado
E por mais que passem os anos
eu continuo o mesmo garoto
que você um dia amou tanto.

Ah se eu fosse tolo...
Só se eu fosse tolo não deixaria viver.

As pessoas sempre vão falar
pois suas línguas lhe vencem os dentes
e seus medos e inseguranças
sempre acabam em dedos ao diferente.
Então que se foda amor, que se foda
se a palavra suja não rima.
Que se foda amor, que se foda.
Pecado é não viver a vida.

Então esquece tudo e vem
que a vida é assim
e se a gente deixar de viver
não vai dar tempo de sorrir.
Vamos pegar essa estrada
e sentir o vento cantando esta música
que conhecemos mais que nós mesmos.

Dance of Days
Interlúdio Para Um Bar De Estrada Por 33 Anos Fora Do Mapa


É eu perdi o medo de dizer que nada atinge meu querer...
Aos 23 anos pego a estrada só para sentir o vento...

Até algum tempo eu só tinha um ponto de vista sobre essa música, hoje ela tem uma conotação totalmente diferente, assim como vários pontos de vista. É incrível como um artigo ou a ausência dele muda nossa visão.