quarta-feira, 27 de maio de 2009

esquizofrenia

- why you wanna be so damn perfect????

- i don't know, i'm just so fucking afraid of making mistakes

- been born it's already the biggest mistake...so what's the point??

- i don't know...maybe, inside, i just wanna be good, be special...make them proud

- you gotta live to make YOU proud of yourself, no one else...
you gotta be proud of your thoughts,belieafs and actions...

- yeah,maybe you're right...maybe i'm so fuckin insecure...

- you shouldn't... you already have what you need to be what you want to be
and if you want to be free...you gotta believe in yourself...
you gotta stop thinking like a fuckin victim...

- i don't know...i feel like i'm always wrong...like my ideas are always stupid...or like i don't have the right reasons...

- the problem is that you can't argue cuz you have problems to listening to someone's else point of view...the thing is...you wish that everybody could agree with you so you wouldn't have problems constructing a new ideia...
- STOP OF BEING AFRAID OF LIVING!

Foda-se
não atiro para o alto,mas sim para o alvo. o objetivo nunca foi desconstruir, contudo desejo novas cores, novos formatos. o tempo deve caber a mim, desde que a construção não interfira nos projetos alheios.
respeito suas idéias, contudo isso não significa que devo acatá-las. tirarei sempre o melhor delas e tentarei incorporá-las ao meu objetivo - crescer e me tornar mais humano, mais real.
não é preciso ter medo...já faz tempo que os caminhos indicavam roma.
esta foi a útlima noite de festa esperando o amanhacer...
esta foi a ultima vez que eu tive 17 anos.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

3 ou 4 riffs

Riding Song

eu já sei o que eu vou ser
ser quando eu crescer...

(...)

E dane-se seu exército de palavras miseráveis
Porque bem sei, tuas garras sao de seda
E saibas tu, tua sombra nao me assusta
Porque a lua... a lua é minha

(...)

muita vontade de ver Invasoes Barbaras, acho q vou lá pegar...
Heroin...a...

quarta-feira, 20 de maio de 2009

[colocar titúlo por favor]

Sem álcool
Sem ovo
Sem porco
Sem chocolate.

Anti séptico
Pomada
Zinco
Cicatrizando...

Me sinto como tivesse nascido
De novo
Segura minha mão
Eu estou pronto

Você me deu o sinal
Eu mergulhei no abismo
E nesse oceano você é minha costa
Complacente ao acalentar meu afago

Todas as manhas ninguém ao lado
Todas as tardes espero suas garrafas
Todas as noites tenho seus beijos
Que saudade do teu sorriso

Estou falando sério
Eu preciso de você...

(...)

tinta
de coração,
o seu no meu
e o nosso
no chão.

(nós dois olhando pro céu).

terça-feira, 19 de maio de 2009

Meninas

Não seria eu se não fizesse isso. Todos os versos para você : )

"Quero me encontrar, mas não sei onde estou
Vem comigo procurar algum lugar mais calmo
Longe dessa confusão e dessa gente que não se respeita
Tenho quase certeza que eu não sou daqui

Vai ver que é assim mesmo e vai ser assim pra sempre
Vai ficando complicado e ao mesmo tempo diferente
Estou cansado de bater e ninguém abrir
Você me deixou sentindo tanto frio
Não sei mais o que dizer

Eu canto em português errado
Acho que o imperfeito não participa do passado
Troco as pessoas
Troco os pronomes

Preciso de oxigênio, preciso ter amigos
Preciso ter dinheiro, preciso de carinho
Acho que te amava, agora acho que te odeio
São tudo pequenas coisas e tudo deve passar"


É o imperfeito realmente não deveria participar do passado
Tudo passa, minha mãe que o diga. A felicidade é algo muito engraçado, ela me encontra nos momentos mais inesperados.

Para sempre cinderela..

.. quando estava na quinta série, eu idolatrava meu irmão. E mesmo sem querer sempre fazia besteira, era sempre a irmã pirralha. E durante muito tempo eu queria dar orgulho pro meu irmão, queria que ele tivesse ciúmes de mim. Essas coisas de irmãs. Mais pra frente, no colegial, eu tinha que dar orgulho pros meus pais, acho que na verdade agente sempre quer dar orgulho e ser bom em algo pra eles. Pra que eles possam contar pro amigo que o filho é bom. E também já medi minhas atitudes e mudei pensamentos por um pluto.

Que triste. Hoje quero agradar a quem?

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Donkey boy

Nunca entendi nada mesmo, ao tempo que as mensagens entram elas saem de dentro da minha cabeça.

Caulfield me comoveu mas não me movimentou.
Sartre me confortou mas não me redimiu.

Sou mesmo o maior ignorante deste planeta. Como pude te deixar escapar. Como não consegui entender, nada.

Tudo aquilo que acreditei, eu sempre fiz o inverso.

Em linha reta hoje:

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó principes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Fernando Pessoa
(Álvaro de Campos)

domingo, 17 de maio de 2009

Parecendo uma pedra a rolar

O Retrato de Dorian Gray
O Mito do Sísifo
O Apanhador no campo de centeio
Os Sofrimentos do Jovem Werther
Os Funerais do Coelho Branco
Goldmund e Narciso
Quando Nietzsche chorou

Todos os livros fazem sentido hoje.

Vane sendo Julieta; o absurdo e o suicídio; as fugas e os sonhos; as dores e a felicidade; toda realidade; as escolhas e a vida; as repetições e a mudança.

O Ser e o Nada / To be or not to be

essa é a questão!

O existencialismo Sartriano completa o quebra-cabeça da imagem mais bela com o fundo mais tenebroso. Escolher é a questão, de SER ou de NADA SER, de fazer ou de não fazer, e é certo que o acaso se faz presente, mas ele só mostra os caminhos e as possibilidades, por isso são as escolhas que nos tira do mundo dos Em-Si e que nos torna Deuses Para-Si dos nossos próprios caminhos, que nos torna LIBERDADE, que mostra nossa existência e constitui nossa indefinida essência aos poucos. TODO repudio ao determinismo que torna a vida uma filosofia contemplativa, toda sanha aos vícios que fingi não acumular com o tempo e as recompensas intermitentes que reforçam minha dor.

Para ser sincero, não espero mais nada, o plano é ficar bem, vou continuar a pular de precipícios, vou me jogar aos braços que me convidam ao pecado, vou rir de toda a dor que senti, vou cantar Like a Rolling Stone, vou fazer tudo errado de novo, vou lembrar e te esquecer...

Toda incognoscividade e toda ininteligibilidade talvez uma dia daqui 10 ou 20 anos seja explicada, por toda a imaginação que acumulamos com o tempo, nunca mais vai ser real. Por isso desisto de compreender se a industria farmacêutica está certa ou se o green peace é bom, se a luz em teus olhos são fogo ou é só reflexo, se usei placebo ou cianeto de potássio, se minha intuição me enganou ou se meus instintos se foram, desisti de entender todas as variáveis que te fizeram escolher, que me fizeram escolher, desisti de ver alguns sorrisos e de compreender o invisível. Mas graça a vocês hoje eu me sinto vivo, com uma imensa angustia no peito, dor que vai embora trazendo outras melhores e piores, trazendo toda beleza e podridão da vida!

Se nao sentimos nada devemos tentar viver, como uma pedra a rolar, ainda que O Coisa seja angustiado, que eu seja um aprendiz e que voce um moinho de vento, nem que seja só por uma noite.

Com o mesmo punhal que Dorian usou para destruir o seu retrato eu perfuro o intangível.
Com a mesma dor que Wether sofreu eu acabo com minha esperança.
Com as mesmas lágrimas que Nietzsche derramou eu declaro a vitória ou coisa que o valha.
Com o mesmo sentimento que Holden possuia eu te estimo e te odeio.
Com a mesma moeda que difere Narciso de Goldmund eu irei pensar e viver.
E com o absurdo da vida de Sísifo eu destruo todas as sombras e saio da caverna mais humano do que nunca.

Bang Bang você morreu

Pessoa, não estou pronto para escrever em linha reta.

"Nesse livro não existe vítima caro caríssimo.
Se aprendi algo nessa trilha é que todos somos culpados.
Sem exceções.
Eu sou culpado, você é culpado, .... é culpado,
(...)
E, nesse jogo de culpas, eu dou o primeiro passo caro caríssimo, porque o peso é demais, e quero respirar sem peso, pelo menos mais uma vez...
Estes são meus diários caro caríssimo.
Espero que os ame... ou que os odeie do fundo da alma.
(...)
Acende o fósforo... joga no copo."

sábado, 16 de maio de 2009

Fim Reforço P.I.

Hoje por varias vezes estive a um passo de escrever os funerais, cheguei até a pegar a caneta.

Mas escolhi não escrever, preferi resguarda-los na minha memória, onde a imaginação atua preenchendo as lacunas deixadas pelo tempo.

Tenho certeza que matei o ultimo coelho branco da cartola. Hoje é o dia que todos os livros fazem sentidos, os livros que guardo como preferidos.

Falei para um amigo que tinha desistido de entender várias coisas, o mesmo amigo que discutiu a utilidade das metáforas comigo.

Há algum tempo eu abri a caixa de pandora, libertei todos os males da humanidade, e como era de se esperar o ultimo mal eu guardei.

Guardei com carinho em um pedaço de papel amarelo dobrado, como uma pessoa que ama guarda o sentimento dentro do coração.

Depois de algum tempo por algumas razoes que não deveriam ser lembradas, confiei este pedaço de papel a minha genitora.

Então apesar de desistir de entender o ininteligível, aquele pedaço de papel me assombra devido as minhas duvidas, minha imaginação e ao reforço P.I.

A vida não é mesmo linear, assumo que a teoria da psicologia behavorista faz sentido, que algumas escolhas são irreversível, que eu já sinto frio, que o afago conforta mas não encanta, que não sou nem metade daquilo que projetei ser, que estou decepcionado, que senti a maciez e a agressividade dos lábios mais improváveis, que joguei fora a ultima lembrança material que restava da boca mais suja, que tentei "te" tirar da minha vida, que cansei, que escreverei meu soneto perfeito, que nem o "tanto faz" tem mais sentido, e que espero uma ligação ainda para hoje.

Uso um dos golpes do cavaleiro de Áries:
Starlight Extinction

Acende o fósforo e joga no copo.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Meus lábios estão salgados

"Mas nada vai
mais dissolver
a ironia de poder te ver
sem tuas roupas
com teu segredos"



Ainda sobre a música de ontem, os versos mais bonitos.

É mesmo bem mais fácil "te ver sem tuas roupas" do que te entender "teus segredos"

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Garota do mar..

Abraçou o violão, arrumou o microfone e...

"O chão não vai cair
nem a distância nos partir
enquanto houver alegria
nos sapatos que ela pisar"

Na primeira vez que ouvi esses versos eu estava só.

Eu nunca esperava ouvir naquele instante.

..."de uma garota do mar"

Foi o verso que guardei... eu não sabia o nome da musica nem sua autoria.

"que há de me bastar
meus lábios despedaçados"

E aquela ressonância "Robert Robert Robert" eu sabia que era Dylan... mas ainda não entendia.

por fim... "quem vai?"

ps: Vanguart - Robert

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Where do you go when you are lonely..

Um história era pra ser traçada há um tempo. No entanto, os personagens se perderam. Outra história, novo cenário... e os antigos personagens retornam querendo seu espaço. Os três mosqueteiros discutindo sua importância. Aparentemente o livro acaba para esta e então os personagens se veem novamente em um romance moderno. Mas, ambas estradas são bonitas. Cada uma com sua particularidade grotesca e encantadora.

‘Um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar’, é o pensamento de alguns. Eu, particularmente, as vezes acredito em destino e que se alguma coisa tem que ser, vai ser. Por vezes me parece uma fuga, como uma desculpa para certas atitudes e outras me parece realmente que aquilo tinha de acontecer.

Só espero que não nasçam mais monstros dessas histórias [a não ser que sejam como o Sullivan].

terça-feira, 12 de maio de 2009

demons frozen heart

Nota do autor:

Resquício da forma juvenil das minhas tentativas de expressão na forma escrita. Subjectividade excessiva.

Brainstorm - Livre Associação - Precariedade - Desabafo - Analfabeto Funcional - Tentativas - ou qualquer coisa que o valha.

Várias referencias não foram e não serão citadas, sei que é uma faca de dois gumes, no entanto posso (e devo) frisar que as palavras que se seguem são em toda sua totalidade sentimentos acerca da mais profunda dor que aflige meu coração, meu ser, e que o elenco das causas são somente 2, EU e o ACASO (vida), portanto nao existe nenhuma pessoa envolvida e nenhuma pessoa capaz de mudar esse sofrimento, contudo ainda posso usar eufemismos. :-) (e smiles)

Foco n.1 (versão beta)

É, tentei me enganar por 22 anos, talvez somente por 11, vejo hoje todo o peso do fardo imaginei carregar com apenas 1 dos meus dedos, sinto toda a limitação dos grilhões que sempre tentei não ver.

Sinto, demasiado humano.

A razão de 1 para 20 para alguns um sonho para mim é com certeza meu maior pesadelo, sempre foi. Nunca temi moinhos de vento, nunca deixei o inverno congelar minhas esperanças. Tudo aquilo que mais tive medo hoje em linha reta me cospe no rosto e me chuta ainda que eu esteja ao chão. Toda a confusão, a desordem, a total ininteligíbilidade, era o que me fazia acordar com suor acima das sobrancelhas. Há tempos não sei o que sonho nas madrugadas monótonas de desperdício da vida.

Sinto, demasiado humano.

Não estaria feliz com a razão de 1 para 100, acho que na verdade nem a divisão por 1000 me traria imensa felicidade.

Demasiado... sem sonhos... humano.

Perder aquilo que mais proporciona orgulho é... (falta me vocabulário... e coragem)

Afinal... joguei pela janela do ultimo andar minhas fugas, defesas.

Agarrei com meus dedos minha humanidade. Fiquei pequeno na imensidão do mundo.

Projeto (versão alpha)

O projeto original tinha 5 vertentes combinada com 7 desenvolvimentos. Mas hoje vejo suas impossibilidades.

Essa versão é alpha por isso deveria perder todo o tempo do mundo nesta parte, mas hoje me dou por impedimento absoluto e cito a ultima parte de uma musica que ainda que não expresse meus sentimentos e possibilidades ainda me da esperança:

E nossa história não estará pelo avesso
Assim, sem final feliz.
Teremos coisas bonitas pra contar.
E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos.
O mundo começa agora
Apenas começamos.

I feel sick...

domingo, 10 de maio de 2009

Instantes

Em um dia qualquer, antes dos meus 18 anos eu estava sozinho em meu quarto pensando nas teorias da evolução de Darwin e a de Lamarck. Por descuido dessa mente no ócio da minha adolescência absorvi Lamarck como metáforas de desculpas para meus defeitos. Pensei também se a teoria de Darwin é aplicada a nossa sociedade, pensei em algumas possibilidades e nas suas consequências, até dei um nome pessoal para tudo isso: darwinismo social.

Foi nesse ponto que me assustei, que tentei esquecer de tudo que tinha pensado, de mudar o final a história.

O mal já havia sido feito. No mesmo dia consegui um pequeno conforto ao saber que minha ideia nao era original, que já existia teóricos sobre o assunto, que a Alemanha nazista já havia sido derrotada. O pequeno conforto foi descobrir que talvez já tivéssemos aprendido com os erros do passado. Atualmente ainda penso em Darwin, de uma maneira diferente, ainda assustadora, mas em menor proporção que possibilita meu olhos que verem sorrisos sinceros.

Toda essa introdução que daria assunto para um post inteiro foi só para dignificar o pensamento humano livre, que coincidências podem existir e que podemos encontrar humor nelas.

Em Fevereiro viajei com um amigo que me falou que estava lendo Jorge Luiz Borges, me mostrou os livros de contos e poemas nas livrarias. Eu, um nobre ignorante, não conhecia o autor, e também não ligava muito para isso.

Semana passada o acaso tocou meus ouvidos. Em meio a uma palestra chata de um velho especulador que se dizia veterano na vida e que citava de Orwell a Aristóteles me deu por um breve momento uma sensaçao de Deja Vu.

Ele falou algo sobre um tal Borges e um poema sobre instantes, que por minha felicidade se chamava exatamente "Instantes":

Se eu pudesse novamente viver a minha vida,
na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais, seria
mais tolo do que tenho sido.

Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico. Correria mais riscos,
viajaria mais, contemplaria mais entardeceres,
subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria a mais lugares onde nunca fui, tomaria mais
sorvetes e menos lentilha, teria mais problemas
reais e menos problemas imaginários.

Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata
e profundamente cada minuto de sua vida;
claro que tive momentos de alegria.
Mas se eu pudesse voltar a viver trataria somente
de ter bons momentos.

Porque se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos;
não percam o agora.
Eu era um daqueles que nunca ia a parte alguma sem um
termômetro, uma bolsa de água quente, um guarda-chuva
e um pára-quedas e, se voltasse a viver, viajaria mais leve.

Se eu pudesse voltar a viver, começaria a andar descalço no
começo da primavera e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres
e brincaria com mais crianças, se tivesse outra vez uma vida
pela frente.

Mas, já viram, tenho 85 anos e estou morrendo
Jorge Luiz Borges


Que no mesmo instante me lembrou uma musica de mesmo nome:


Não mais caminhar na praia...
Não mais outro entardecer...
Não mais a brisa que diz “Vai chover”...
Não mais as luzes da cidade
me dizendo que há tanta coisa pra viver.

Eu que tanto quis guardar meus dias,
Eu que tanto pensei com medo de tentar...
Já não mais, não mais me restam chances de errar.

Ah, quando eu penso que tudo poderia ser...
Ah, quando eu lembro que era só querer...
a fumaça sai de meu olhar,

eu tento não ver,
tento negar que este no espelho já não sou mais...
Agarro meus sonhos entre minhas mãos,
mas por entre meus dedos eles se vão.

Ah se eu pudesse voltar atrás, juro,
eu viveria cada dia.
Mas tão fraco já não posso mais
recuperar os anos que deixei pra trás.

Andaria na chuva,
pularia no mar
e te diria tudo que deixei de falar...
não mais...não mais...não mais...
Fábio Altro, Dance of Days

sábado, 9 de maio de 2009

l'homme pressé

pressa pra que?
que eu vou fazer com tanto tempo na minha mão?
vou utilizá-lo para que?
ócio produtivo????
a cada dia que passa sinto que perco mais e mais a capacidade de curtir o presente,o momento.
tem horas que a gente só existe...e não vive.
nessas horas eu duvido..."penso,logo existo"???
o que adianta ser só mais um na soma??? isso é existir ou ocupar espaço?

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Cafe Cafe

Café é uma das palavras com mais metáforas que eu conheco... deixa para lá nao vou explicar isso hoje.

Desliga o manual...

...Liga o automático

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Carta de Werther a Lua

Tem alguns dias que deveríamos ficar calados...
Mas são nesses dias que o menino grita e vira homem.

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O hálito cansado de um corpo pálido
trava sua batalha contra a neblina fria.
Dentro de botas úmidas artelhos corroem,
a carne arde e são seis horas,
nove horas, três horas e tudo bem.

Mas eu vi acenar para mim
o homem na lua a bocejar.
E sim, ele estava tão feliz...
morto e tão feliz...
E eu limpei os meus olhos
destas aranhas sem pernas
e acendi cigarros e estopins.

Vou voltar a meia-noite só pra ver voltar.

Minhas mãos cansaram de esmurrar
o vidro quando te via escovar suas
três fileiras de dentes
e estive preso no espelho por tanto tempo
que nem sei bem, e mais cem anos,
seis meses, três dias, tudo bem... tanto faz.

Aprendi a amar teu sorriso
como se aprende a amar quem sempre
diz que no final todos tem
a justiça e o sentido
e todos são amigos.
Quem diria "eu amigo"...
Quem diria... eu sei...

Vou voar agora que me destes asas.

Devoro exércitos, devoro exércitos,
canto para os pássaros, corro nos desertos, nem
a vontade de mil conselhos pode me deter.
Devoro exércitos, devoro exércitos,
o sangue negro feito petróleo da boca escorre e
me deixa mais forte.
Nem São Jorge irá te proteger.

Vou chegar as crateras da lua e me tornar um Deus.

Dance of Days
Um Canto Para Caronte (Ou De Como A Mantícora Aprendeu a voar)

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Caronte é o nome do barqueiro do inferno, na mitologia, mas também é o nome de um planeta. Bom, na verdade não é planeta, mas uma lua de Plutão. O jogo de palavras transita entre os dois significados, o que, a meu ver, torna mais legal a forma poética.

No primeiro estrofe eu quis retratar a imagem que tinha de estar estático na chuva, parado, com os pés molhados e vendo tudo acontecer, o tempo passar e dizendo "tudo bem". Tenho meu significado pessoal para isso, mas acho que cada um sabe qual seu mar e qual seu inferno.

Nesse primeiro sentido eu retrato Caronte como o barqueiro... na tempestade que me cerca.

No segundo estrofe, "o homem na lua" remete Caronte a seu outro significado, e eu me refiro a minhas reflexões, a esse estado "na lua" em que pensamentos as vezes cansam a gente e morrem. Creio que não é preciso então nem dizer que a figura de "aranhas sem pernas" remete a teorias fracassadas que não saem do lugar e cegam, e que "acender cigarros e estopins" remete a movimento, a "seguir adiante".

O primeiro refrão significa sentir ter o poder de voltar atrás quantas vezes quiser... nem que seja só pra "ver voltar". É definitivamente uma coisa em que gosto de pensar.

A simbologia do terceiro estrofe me veio na imagem de Alice, no outro lado do espelho, de frente para a figura da Mantícora. O que tentei representar foi a prisão no mundo de sonhos frente ao horror de uma vida em angústia. Por isso quis dizer perder a noção de tempo ser algo, mesmo que no íntimo, sedutor, com a expressão "tanto faz".

No quarto estrofe eu quis dizer que as vezes você, mesmo de dentro do espelho (seja qual for o seu espelho) e de frente para um monstro medieval (seja qual for a sua Mantícora), aprende a "amar seu sorriso", como se aprende a amar qualquer um que lhe ofereça conforto. Mesmo que saiba que não é de sua índole se adaptar por conveniência.

Mesmo que em seu íntimo diga: "- Quem diria... Eu...".

No segundo refrão, em "voar agora que me destes asas", tentei demonstrar a teoria da mão invisível divina, como aquela peninha placebo do Dumbo, que sempre pode voar, mas só conseguiu depois que achou algo em que pudesse apoiar sua crença, com o que enganar suas dúvidas.

No último estrofe, "devoro exércitos" é a frase "ameaça" clássica da Mantícora nos bestiários medievais. Tentei jogar com as palavras para representar questões de auto confiança e também seu contraste com o belo e o tenebroso, do prepotente com o inconsequente.

Na simbologia que me veio em mente comparei também a Mantícora nos tempos modernos a países que desafiam conselhos internacionais se isso lhes proporcionar "o sangue negro feito petróleo"... Mesmo que isso signifique devorar toda uma nação.

O refrão conclusivo remete ao êxtase, seja em anestesia, no caso do conforto dentro do espelho, seja em aliviar o peso saindo enfim "da lua" ou ainda em vitória pela prepotência, no caso da Mantícora moderna.

Tentei achar uma expressão que se encaixasse em todos esses significados... e "tornar-se um Deus" me veio como a mais indicada.

Fábio Altro
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Mesmo sabendo das intenções do autor ao escrever a musica, alguns dias ela tem um sentido mais trágico.

terça-feira, 5 de maio de 2009

cemetery of the unknown

take me to the cemetery of the unknown
where people have nothing to show
the only place where you aren't what they think you are
no name, so safe...
where you can live without carring a cross
where you can die without the meaning of loss
a place where you are free
a place with no boundaries between you and me
a place where love is not attached in false beliefs
again,you can be free

*** fiz este texto após assistir ao filme "antes do nascer do sol"
em uma determinada parte as personagens passam por um cemitério, em viena, chamado "o cemitério dos sem nome" e, a partir das reflexões tiradas por eles e a partir dos pensamentos que afloraram em mim após essa cena escrevi este "texto"
daria até para fazer um paralelo com a letra de "like a rolling stone"
"how does it feel to be on your own
with no direction at all
and complete unknown
just like a rolling stone"
mas isso eu deixo pra alguém...
um desconhecido, provavelmente

Carta de Goldmund a Narciso - V2

Eu não quero ver mais uma vez essa série
em que a gente sangra tanto, meu bem.
É, perdi o medo de dizer
que nada atinge meu querer
e que sempre faço o que mais me pede, a vida acaba.
E por que não falar de amor, repetir as palavras
se no fundo é só isso que vale a pena?

Ah se eu fosse tolo...
Só se eu fosse tolo não deixaria viver.

Essa tarde eu vou sentar e ouvir Stiff Little Fingers.
Lembra que a gente passava horas aqui falando de ex-namoradas?
Tenho andado tão inquieto
que até beijo de seriado me arranca um suspiro
É... perdi o medo de dizer que nada atinge meu querer
e que sempre acabo atirado aos braços
de que mais me convida ao pecado
E por mais que passem os anos
eu continuo o mesmo garoto
que você um dia amou tanto.

Ah se eu fosse tolo...
Só se eu fosse tolo não deixaria viver.

As pessoas sempre vão falar
pois suas línguas lhe vencem os dentes
e seus medos e inseguranças
sempre acabam em dedos ao diferente.
Então que se foda amor, que se foda
se a palavra suja não rima.
Que se foda amor, que se foda.
Pecado é não viver a vida.

Então esquece tudo e vem
que a vida é assim
e se a gente deixar de viver
não vai dar tempo de sorrir.
Vamos pegar essa estrada
e sentir o vento cantando esta música
que conhecemos mais que nós mesmos.

Dance of Days
Interlúdio Para Um Bar De Estrada Por 33 Anos Fora Do Mapa


É eu perdi o medo de dizer que nada atinge meu querer...
Aos 23 anos pego a estrada só para sentir o vento...

Até algum tempo eu só tinha um ponto de vista sobre essa música, hoje ela tem uma conotação totalmente diferente, assim como vários pontos de vista. É incrível como um artigo ou a ausência dele muda nossa visão.

domingo, 3 de maio de 2009

Carta de Goldmund a Narciso

Hoje o show vai ser mais cedo,
Vai dar tempo de conversar
Vamos tomar uns goles no frio de Curitiba
Chamem o Adilson, chamem o Léo,
Estamos partindo pro Rio
Vamos ficar no Bil. Posto Nine Arpoador
White russians más intenções
É uma pena você não estar aqui...
Pra que tomar banho, vamos pra BH
No show de amanhã os caras do Dreadfull vão estar

"Ontem o Hermes perdeu mais um emprego
E eu não tenho a mínima vontade de trabalhar,
O Nô tá estressado
E o Mumu disse que nunca mais vai se drogar"

Chegamos em São Paulo
Liga logo pro Tibiriçá
Estou morrendo de saudade
Da sua cara de bolado
Não temos onde dormir,
Talvez o Tucha e o Zé Calcinha
Possam passar no metrô e nos dividir
Ganhei um zine e uma demo muito legal
Ontem na galeria o mau humor era geral
Falei com o Josú,
Amanhã vou pra casa do Zimath
Não há com o que se preocupar.

"E quem precisa do teu futuro?
Quem se importa com a tua previdência?
Hoje terei a arte de um romance
E outra cama para me deitar.
Sinto um pouco de saudades de casa, mas isso vai passar.
A Bia disse que está fazendo algo novo em Brasília,
E o Fabiano quer que a gente toque no nordeste.
Vamos amigos usufruir da solidão da estrada ..."
Projeto Peixe Morto

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Uma hora já havia transcorrido - jamais Goldmund vivera uma hora mais longa. A conversa e as carícias dos estudantes se esgotaram; eles ficaram sentados em silencio, constrangidos, e Eberhard começou a bocejar. A moça disse entao que era hora de irem embora. Levantaram-se, despediram-se dando a mao à moça, Goldmund por último. Konrad saiu pela janela, seguido de Eberhard e Adolfo. Quando Goldmund ia transpor a janela, sentiu uma mao segurando seu ombro. Nao pode parar e somente quando já se encontrava do outro lado, nao chao firme, é que se virou lentamente. A jovem de tranças estava debruçada na janela.

- Goldmund - murmurou. Ele estacou. - Voce vai voltar? - perguntou, a voz tímida nao passava de um sopro.

Goldmund sacudiu a cabeça. Ela estendeu as duas maos, segurou sua cabeça e ele sentiu o calor daquelas maos pequenas em sua fronte. Ela debruçou-se ainda mais, até que seus olhos escuros encontraram os deles.

- Volte sim! - murmurou ela, e sua boca tocou a dele num beijo infantil.

O rapaz saiu correndo, atravessou o pequeno jardim, escorregou nos canteiros, cheirou terra molhada e esterco, feriu a mao numa roseira, pulou uma cerca e seguiu estabanadamente os companheiros para fora da aldeia, em direçao à floresta. "Nunca mais", ordenou sua vontade. "Amanha, novamente!" suplicou seu coraçao.

Narciso e Goldmund - Capítulo 2
Herman Hesse

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Estao ai os originais, para a ideia das cartas.

De fato Goldmund nunca mais voltou à aquela aldeia, mas voltaria se o capítulo nao fosse o segundo.

O pecado e a tragédia ja foram escritos só me resta mostrar como Vane é linda ao representar e Sibyl foi morta ao amar.

boa noite

sábado, 2 de maio de 2009

Carta do Jovem Werther a seu amigo Wilhelm

Junho, 16

A razão por que eu não lhe tenho escrito? E é você que me pergunta. Você que se inclui entre os sábios? Pode bem adivinhar que sou feliz, e mesmo... Em duas palavras, conheci alguém que tocou o meu coração. Eu... eu não sei o que diga...

Não é fácil contar-lhe, metodicamente, as circunstancias que me fizeram conhecer a mais adorável das criaturas. Sinto-me contente, feliz; serei, portanto, um mau narrador.

É um anjo!... Bolas! Já sei que todos dizem isso da sua amada, não é verdade? Entretanto, é-me impossível dizer a você o quanto ela é perfeita, nem por que é tão perfeita. Só isto basta: ela tomou conta de todo o meu ser.

Tanta naturalidade aliada a tão alto espírito de justiça! Tanta bondade aliada a tamanha firmeza! Uma alma tão serena e tão cheia de vida e energia!

Tudo quanto acabo de dizer não passa de pobres abstrações que não dão a menor idéia da sua individualidade. De outra vez... Não; de outra vez, não; é agora que eu quero contar a você tudo quanto acaba de acontecer. Se não contar agora, não contarei nunca mais. Porque, aqui entre nós, três vezes depois que comecei a escrever, estive a pique de descansar a pena, mandar arquear o cavalo e ir vê-la. Entretanto, eu havia jurado a mim mesmo de não ir lá hoje, mas a cada momento vejo-me à janela olhando a que altura ainda está o sol...

Não pude resistir, tive de ir vê-la e eis-me de volta, Wilhelm. Devoro o meu pão com manteiga e escrevo ao mesmo tempo... Que maravilha para a minha alma tê-la visto em meio da algazarra das crianças, seus oito irmãozinhos!

Werther - Johann Wolfgang von Goethe (1774)

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O dia 16 de junho continua por varias páginas mas neste fragmento já é possivel mensurar a tragédia em seu fim e a impulsividade de alguns corações.



Diários de Navegação

Voltamos a linha tênue...

O vento no litoral

Apesar da melancolia em sua melodia, e de uma certa tristeza em sua letra, alguns fragmentos dela voltaram ao meu pensamento rodiados por uma enorme felicidade.

"Eieieieiei!
Olha só o que eu achei
Humrun
Cavalos-marinhos..."

Te levarei para ver o mar,
Cantarei os versos para você.


Deve ser por isso que o Mellon Collie and the Infinite Sadness seja o CD duplo mais vendido da história.