domingo, 17 de maio de 2009

Parecendo uma pedra a rolar

O Retrato de Dorian Gray
O Mito do Sísifo
O Apanhador no campo de centeio
Os Sofrimentos do Jovem Werther
Os Funerais do Coelho Branco
Goldmund e Narciso
Quando Nietzsche chorou

Todos os livros fazem sentido hoje.

Vane sendo Julieta; o absurdo e o suicídio; as fugas e os sonhos; as dores e a felicidade; toda realidade; as escolhas e a vida; as repetições e a mudança.

O Ser e o Nada / To be or not to be

essa é a questão!

O existencialismo Sartriano completa o quebra-cabeça da imagem mais bela com o fundo mais tenebroso. Escolher é a questão, de SER ou de NADA SER, de fazer ou de não fazer, e é certo que o acaso se faz presente, mas ele só mostra os caminhos e as possibilidades, por isso são as escolhas que nos tira do mundo dos Em-Si e que nos torna Deuses Para-Si dos nossos próprios caminhos, que nos torna LIBERDADE, que mostra nossa existência e constitui nossa indefinida essência aos poucos. TODO repudio ao determinismo que torna a vida uma filosofia contemplativa, toda sanha aos vícios que fingi não acumular com o tempo e as recompensas intermitentes que reforçam minha dor.

Para ser sincero, não espero mais nada, o plano é ficar bem, vou continuar a pular de precipícios, vou me jogar aos braços que me convidam ao pecado, vou rir de toda a dor que senti, vou cantar Like a Rolling Stone, vou fazer tudo errado de novo, vou lembrar e te esquecer...

Toda incognoscividade e toda ininteligibilidade talvez uma dia daqui 10 ou 20 anos seja explicada, por toda a imaginação que acumulamos com o tempo, nunca mais vai ser real. Por isso desisto de compreender se a industria farmacêutica está certa ou se o green peace é bom, se a luz em teus olhos são fogo ou é só reflexo, se usei placebo ou cianeto de potássio, se minha intuição me enganou ou se meus instintos se foram, desisti de entender todas as variáveis que te fizeram escolher, que me fizeram escolher, desisti de ver alguns sorrisos e de compreender o invisível. Mas graça a vocês hoje eu me sinto vivo, com uma imensa angustia no peito, dor que vai embora trazendo outras melhores e piores, trazendo toda beleza e podridão da vida!

Se nao sentimos nada devemos tentar viver, como uma pedra a rolar, ainda que O Coisa seja angustiado, que eu seja um aprendiz e que voce um moinho de vento, nem que seja só por uma noite.

Com o mesmo punhal que Dorian usou para destruir o seu retrato eu perfuro o intangível.
Com a mesma dor que Wether sofreu eu acabo com minha esperança.
Com as mesmas lágrimas que Nietzsche derramou eu declaro a vitória ou coisa que o valha.
Com o mesmo sentimento que Holden possuia eu te estimo e te odeio.
Com a mesma moeda que difere Narciso de Goldmund eu irei pensar e viver.
E com o absurdo da vida de Sísifo eu destruo todas as sombras e saio da caverna mais humano do que nunca.

Bang Bang você morreu

Pessoa, não estou pronto para escrever em linha reta.

"Nesse livro não existe vítima caro caríssimo.
Se aprendi algo nessa trilha é que todos somos culpados.
Sem exceções.
Eu sou culpado, você é culpado, .... é culpado,
(...)
E, nesse jogo de culpas, eu dou o primeiro passo caro caríssimo, porque o peso é demais, e quero respirar sem peso, pelo menos mais uma vez...
Estes são meus diários caro caríssimo.
Espero que os ame... ou que os odeie do fundo da alma.
(...)
Acende o fósforo... joga no copo."

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