sexta-feira, 24 de abril de 2009

The Last Time I Saw Her

06 de setembro...

Eu já tinha desenvolvido a teoria da poeira estrelar, teoria que hoje não me proporciona nenhuma resposta, teoria que não tenho recordações.

Ela falava de um jeito engraçado, espontâneo e doce, ficava brava com pequenas coisas, fazia bico quando estava emburrada, e ainda sim sorria para mim.

Eu era um garoto, um tonto (como ela dizia), que sem pernas corria. Um eterno aprendiz (como ela zombava), que cantar não sabia.

Ela fazia conchas com as mãos, dançava e se escondia, lembrava e se esquecia. Para ela o mundo não era o bastante, e nem a distancia muito grande.

Eu tinha uma dor esquisita na palma da mão, sentia medo, meu corpo tremia quando sua voz de felicidade me sussurrava.

Ela dizia: Você já está vindo?

Eu respondia: Não, ainda não, mas queria estar ai!

Ela atendeu pedindo desculpas.

Eu desculpei, isso já não importava, como tudo sempre deveria ser.

Ela chega com seu carro preto, abre o portão, abaixa o vidro e me da um olá.

Eu esperava entre a parede e o carro.

Ela desliga o motor, e de costas para mim fecha o carro e se arruma.

Eu me pergunto o que estou fazendo ali, é isso mesmo que eu quero, nosso amor já não acabou?

Ela então se vira, aqueles dois globos oblíquos e dissimulados, os olhos de ressaca, levemente ressaltados por uma maquiagem escura já borrada me olham do jeito que uma mulher nunca deveria olhar um coração despedaçado.

Eu a observo com meu olhar tímido, admiro seu lindo vestido preto, vejo seus braços nus, sua pele branca entre as alças que distraem meus desejos.

Ela coloca sua bolsa no ombro direito, hesita em dar um passo em minha direção, mas abre seus braços.

Eu somente queria ter-la em meu coração a abracei como se os dias que estive longe fossem uma eternidade, toquei sua testa com meus lábios como pudesse reviver cada momento de nosso romance do mais frio dos verões.

Ela diz: Tinha esquecido como você é quentinho.

Eu, naquele instante prometi que não a esqueceria.

Ela me deitou em sua cama, confessou suas duvidas, seguiu o conselho da Bel e adormeceu com um discreto sorriso.

Eu dormi pouco neste dia, velei seu sono, acariciei seus cabelos, como naquele primeiro dia. Pensei no “Eu Te Amo”, mas só falei você cheira gostoso.


Saiki Koala Guitar

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