domingo, 12 de abril de 2009

Sunday...

Aquele dia... nao era um domingo, mas era tao peculiar como este.

A noite serena caia sob o olhar da lua cheia na qual brisas mais fortes tornavam o clima mais ameno, aquela estaçao cinza estava a terminar.

Vagando pela cidade, dirigindo sem sentido, bebendo um líquido escuro doce, que, naquele momento tinha apenas gosto de água, água de poço.

Em um instante, me vi ali, no teatro, nao lembro quais variáveis me levaram até lá, mas enfim eu estava lá e em pé na entrada da esquerda.

Uma voz conhecida quebrou o devaneio de meus olhos, era o Zé, estava ele no palco chamando a proxima apresentaçao.

Os tambores começaram bater e entao todos os holofotes buscaram aquela bela sinueta feminina.

Buscaram em vao... a única coisa que meus pequenos mas atentos olhos sentiram era aquele fulgor vermelho como a paixao de uma rosa.

Aqueles cabelos longos passaram a flutuar como um passe de mágica, de um lado para o outro, da terra para o céu, como se em cada fio fosse sangue, como se cada fio fosse vida.

"I can't believe the news today" foram suas primeiras palavras.

E por este breve momento eu, Narciso, ouvia pelos olhos de Goldmund, observava por seu íntimo. Eu, naquele instante era Goldmund.

A música acabou como um relâmpago, mas seu trovao reverbera ainda hoje. Amanha novamente, suplicava meu coraçao.

Nunca mais vi seus cabelos, e nao sei o seu nome. Mas tudo permanece vivo entre as poucas Helenas que guardo dentro do coraçao de meu coraçao.

Goldmund voltou algumas poucas vezes a ver por meus olhos, pois só ele tem esse poder de congelar minhas lembraças como se fossem romances escritos.

Narciso se importa com seu avesso Goldmund como Goldmund necessita de seu avesso Narciso, sao os dois gumes da mesma espada.

Onde toda espada está a procura de sua bainha, essa que controla todo a insanidade da laminas.

Como podemos pedir as pessoas que nao se importem mais conosco, se no fundo elas importam.

No mais, é outono e domingo, horizontes vermelhos se aproximam.

ps: tinha prometido que nao escreveria mais assim, subjetivo e vago, no entanto quem vos fala hoje é Goldmund

Saikai Koala Guitar

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